20 de out. de 2013

Ensaio Fotográfico - True Colors






























Making off


Making off





FOTOGRAFIA: Victor Soares.
EDIÇÃO: Carlos Dias
MODELOS: Carlos Dias, e Chico Carneiro









11 de out. de 2013

MADRUGADA DE OUTUBRO






Acordo triste e sozinho

como no leito de morte estarei,

olho para os lados e vejo o imenso vazio
que jaz dentro de mim.
A fria madrugada me faz pensar
e pensando imagino coisas macabras:
imagino pessoas verdadeiras,
imagino um mundo justo
devaneio a ausência da religião
e o desabrochar do nosso Deus.
Então fico estarrecido,
tremo as pernas,
e me vem um frio na barriga
de pensar em algo tão perfeito
NÃO, NÃO PODE SER!
fico inquieto dentro da rede
E aos poucos vou me acalmando
já depois do terceiro comprimido
fico mais tranquilo, 
sabendo que nada nunca será perfeito
e tudo acabará um dia, na mesma merda.
Assim o dia já está a raiar, 
sinto os primeiros raios de sol 
entrando pelas frestas da telha,
e tocando o meu rosto molhado.
Assim, contento-me e começo a sorrir
pois sei que será mais um dia
mais um dia vazio, solitário,
tenebroso e frio
deste verão de Outubro.

Carlos Dias 08/10/13 - 14:56

EU QUERO!






Quero meus carros e bonecos...

Quero correr e brincar sem nenhuma preocupação...
Quero chorar quando minha mãe me bater, e logo esquecer e voltar a brincar...
Quero dormir na sala e acordar no quarto...
Quero refazer cada descoberta e me impressionar com coisas simples...
Quero abrir pra ver como é por dentro...
Quero revirar meu cesto de brinquedos e deixa-lo bagunçado pela casa...
Quero sorrir sem motivo, e brincar o dia todo...
Enfim quero voltar a ser criança...



Carlos Dias 08/10/13 16:47

ODE A MORTE




Vem! Soturna
Calma e mansa,
Com teu beijo
Macio que quando
Sela seu encontro,
Detém-nos no mais 
Profundo prazer!

Oh, como é bela
A morte!

Só com a morte 
 dama enigmática 
Da noite, começamos
A compreender a vida
Breve devaneio de 
Extrema pequenez.

Não há vida sem morte
Tampouco há morte
Sem vida.

Então vem!
Vem completar o ciclo
Infinito mais uma vez,
Vem nos tirar da breve
Agonia da vida e
Apresentar-nos aos universos!

Vem nos tornar tudo, 
E também, o nada.

Mas enquanto não vens 
Fico aqui, temendo 
Dia após dia teu encontro
Sentindo a gélida noite
Angustiante no peito
Com uma vontade 
Tola, de entender
Daqui debaixo,
Tamanha grandeza!

Vem!
E corta o elo que 
Me liga a este lugar
Me liberta da 
Pseudo-consciência 
Do ‘’pensar’’
Tira-me da gaiola
E me lança à voar!

Vem!

Carlos Dias [10/10/13]


11 de set. de 2013

ALGUÉM


Eu quero alguém, na beira de um lago
eu quero alguém, que ande comigo
eu quero alguém, que chame o meu nome
eu quero alguém, que me dê abrigo

Eu quero alguém, que me decepcione
eu quero alguém, que chore comigo
eu quero alguém, que me chame de amigo
eu quero alguém!

Eu quero alguém, que me dê carinho
eu quero alguém, que possa me abraçar
eu quero alguém que proteja o meu nome
eu quero alguém, alguém para sonhar

Mas eu não quero ninguém!
Ninguém para amar...

Eu quero alguém, que me olhe nos olhos
eu quero alguém, também para olhar
eu quero alguém, alguém pela estrada
eu quero alguém alguém pra caminhar

Eu quero alguém, para gritar comigo
eu quero alguém, pra se magoar também
eu quero alguém, pra eu chamar de meu neném
eu quero alguém!

Eu quero alguém, que esteja ao meu lado
eu quero alguém, que diga ''Estou aqui''
eu quero alguém, para sorrir comigo,
eu quero alguém, alguém pra me sentir.

Mas eu não quero Ninguém!
Ninguém para amar...


[Carlos Dias 11/09/13 11:05am]

10 de set. de 2013

ODOYÁ.




Te vejo de costas,
te olho nos olhos,
Te encaro em silêncio...
Embora seja a primeira vez
que te veja,
tenho lembranças claras de você, que
nunca saberei explicar.
Assim continuo a te fitar com os olhos,
enquanto você desconcertada
olha majestosamente para o mar.
É, eu sei, é estranho ter um estranho a te olhar...
Puxo papo, você se esquiva,
respostas rápidas,
feição desleixada... 
Entro no mar,
me banho nas águas,
volto a areia,
caminho um pouco mudo de ideia,
e volto ao teu encontro.
Você não estava mais lá.
Passo o resto da tarde
a te procurar em cada quiosque
atrás de cada sombrinha,
dentro de cada jangada.
desisto, você se foi.
Vou me embora,
com profunda nostalgia,
angustiado, e triste.
Nunca mais te vi...
Seria você uma sereia?


Carlos Dias
[09/09/13] (23:18)

Sideral.





Viajo...

Atravesso os limites do espaço
vejo Eta-carinae, Orion e Pegasus.
me afasto...
Alguns anos-luz a frente
vejo uma velha supernova,
escuto um ruido de radiação cósmica
como se quisesse dizer:
-''que pena, morreu tão jovem!''.
Me reaproximo, 
e vejo a triste e solitária via láctea
viajando lentamente alguns milhões de quilômetros
por segundo sempre a procurar sua ''galáxia spin''.
Sou sugado ao interior de um buraco negro,
lá, Sagan e Einstein estão conversando,
identifico só uma frase, vinda de Sagan que diz:
''Bilions of bilions!'', então começo a rir.
também estão lá Higs e Darwin
tomando chá e lendo Lavosier.
Cruzo um portal do tempo
e chego aos pilares da criação
me ajoelho de fronte a estes
e contemplo cada detalhe em profundo silêncio.
contemplo também a magnitude da supernova de caranguejo
e saio de caminhada até chegar em Canis Majoris.
Um feixe de fótons me impulsiona
então sou lançado a um lugar desconhecido...
sinto que estou sendo observado
Então noto a bela nebulosa de olho de gato
que me olha fixamente.
Assustado tento fugir,
avisto um wormhole, e antes que eu pudesse fazer algo
já me encontro em outro plano
Noto então a pequena nuvem de Magalhães
chego mais perto e sinto uma sensação estranha,
e noto que estou perto de uma estrela de nêutrons!
Fujo de lá as pressas,
no meio do caminho vejo estrelas de diamante, 
supernovas de petróleo, e um estranho objeto,
que logo o reconheço, ora, é a nossa voyage!
Avisto uma nave,e grito ao moço que está dentro:
''Me leva contigo, pra onde você for!!!''
o moço para a nave abre a porta e eu entro
estou viajando a 60 anos-luz por segundo
quando derrepente avisto a Via Láctea,
avisto o nosso sistema solar,
avisto marte, Júpter, Urano, 
e por fim acho a Terra!
volto pra casa, e quando espero contar a
todos os meus amigos o que vi
acordo no meio da mata, olho envolta
vejo apenas uma panela de barro
uma cuia, um cachimbo
e várias ervas.
Então Digo pra mim mesmo:
-Nossa, foi só uma alucinação, que pena!
Então olho novamente pro céu,
vejo uma estrela cadente e penso:
Nunca mais tomo ayahuasca!


Carlos Dias (08/09/13)

Dedicada à Camila Carvalho.